domingo, 12 de dezembro de 2010

Eu respirava todas as suas possíveis aparições, respirava seu cheiro de mel e açucar, misturados a uma saudade urgente.
Encantamento era a palavra certa para tamanha euforia do meu coração.
Buscava seus olhos refletidos no mar, na demora e espera do luar.
Eu me encontrava com sua ausência.
Eu te via longe, guardando estilhaços de uma dor que atravessava o peito.
Você jogava pedras pelo ar, enquanto eu colhia flores.
E aquela interminável dor me afugentando a alma.
Olha, eu sei que estás aí, escondido entre os escombros de minhas dores.
Eu só queria um segundo, apenas um.
Um olhar em minha direção, apenas um abraço, o último talvez.
Você ainda está preso aqui, entende.
Tem algo de você em mim...
Talvez seu sangue percorra minha veias, como se fosse seu próprio corpo.
Você está aqui, eu sinto.
Eu sou você por inteira.
Eu pintava seu nome com todas as cores do arco-íris.
Só pra colorir seus dias, seus anseios...
Hoje eu passo os dias, jogando alguns sonhos pelo ar, rabiscando um sol cinza, sem forças para continuar...
Talvez eu possa apagar de vez essa sua imagem embaçada da minha mente estúpida.
Sim eu vou apagar, cansei de consertar verdades tentando apagar mentiras.
É eu vou seguir, daqui a pouco eu tô longe.
Longe do seu espirito e mais perto de mim.
Meu avião partirá daqui à 10 minutos.
Você nem reparou que deixei tudo com você.
Deixei rastros de um tempo que guardei pra mim.
Deixei solidão e desespero.
E agora deixei você.
Enfim talvez do outro lado, eu procure um sinal.
Um sol cheio de vida, que me conduzirá...
Junto com uma vontade de recomeçar.
E desta vez, juro
Não volto.

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